terça-feira, 30 de setembro de 2008

Existe destino?

Podemos considerar os males que ocorrem na vida das pessoas como
resultados do destino?
Por Alberto R. Timm
Há pessoas que não se constrangem em acusar a Deus pelos males que acontecem. É certo que
Deus não apenas disciplina e corrige os Seus filhos errantes (Ap 3:19), mas também castiga e
destruirá, finalmente, a todos os ímpios impenitentes (Ml 4:1; Jd 5-7; Ap 20:11-15). Mas essa
disciplina e esse castigo são sempre a reação divina, misericordiosa e justa, à manifestação
destrutiva do pecado (Rm 6:23). Assim, não podemos jamais responsabilizar a Deus pelos males
que existem no mundo.
Ao longo das Escrituras encontramos inúmeros incidentes em que pessoas, fazendo uso do seu
livre-arbítrio, afastaram-se do plano de Deus, e acabaram tendo que suportar as desastrosas
conseqüências de suas próprias ações. Foi assim que o pecado entrou no mundo (Gn 3), a
despeito das advertências divinas para evitar esse mal (Gn 2:15-17). Foi também assim que muitos
idólatras israelitas acabaram perdendo a vida (Êx 32), em decorrência de sua atrevida
desobediência às leis divinas (Êx 20:1-6). E será pela obstinada recusa de aceitar o convite divino
à salvação que muitos se perderão, apesar da vontade de Deus ser que “nenhum pereça, senão
que todos cheguem ao arrependimento” (Pe 3:9). O princípio da escolha e de suas conseqüências
é claramente enunciado nas palavras “aquilo que o homem semear, isso também ceifará”.
(Gl 6:7).
Existem males que nos sobrevêm, e que não podem ser qualificados como castigo divino nem
como resultado de nossa imprudência pessoal. Eles ocorrem devido à própria presença do pecado
(2Tm 3:1-7) e à atuação das forças demoníacas (Ef 6:10-12). Os sofrimentos de Cristo (Mt 26 e 27)
e do apóstolo Paulo (2Co 11:23-27) confirmam essa realidade (ver Jo 15:20; 16:33). Mas, além da
maravilhosa promessa de que Deus não permite que ninguém seja tentado além de suas forças
(1Co 10:13), temos também a confortadora certeza de que Ele é poderoso para transformar males
em bem, de forma que “todas as coisas” cooperem eventualmente para o nosso próprio bem (Rm
8:28).
Num mundo habitado por criaturas morais, dotadas de livre-arbítrio, Deus não predetermina ou
predestina tudo o que acontece. Portanto, não podemos culpar o “destino” pelas conseqüências de
nossos próprios erros ou pelos males provocados pelos poderes das trevas, antagônicos à vontade
divina. Mas, como disse alguém, apesar de Deus nunca ter prometido “eliminar todas as
tempestades de nossa vida, Ele nos deu a certeza de estar conosco em meio às tempestades”. E é
exatamente esse senso da presença de Deus que dá estabilidade e segurança ao cristão, em meio
aos problemas da vida.
Fonte: Sinais dos Tempos, março/abril de 2000. p. 21 (usado com permissão)

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