Podemos considerar os males que ocorrem na vida das pessoas como
resultados do destino?
Por Alberto R. Timm
Há pessoas que não se constrangem em acusar a Deus pelos males que acontecem. É certo que
Deus não apenas disciplina e corrige os Seus filhos errantes (Ap 3:19), mas também castiga e
destruirá, finalmente, a todos os ímpios impenitentes (Ml 4:1; Jd 5-7; Ap 20:11-15). Mas essa
disciplina e esse castigo são sempre a reação divina, misericordiosa e justa, à manifestação
destrutiva do pecado (Rm 6:23). Assim, não podemos jamais responsabilizar a Deus pelos males
que existem no mundo.
Ao longo das Escrituras encontramos inúmeros incidentes em que pessoas, fazendo uso do seu
livre-arbítrio, afastaram-se do plano de Deus, e acabaram tendo que suportar as desastrosas
conseqüências de suas próprias ações. Foi assim que o pecado entrou no mundo (Gn 3), a
despeito das advertências divinas para evitar esse mal (Gn 2:15-17). Foi também assim que muitos
idólatras israelitas acabaram perdendo a vida (Êx 32), em decorrência de sua atrevida
desobediência às leis divinas (Êx 20:1-6). E será pela obstinada recusa de aceitar o convite divino
à salvação que muitos se perderão, apesar da vontade de Deus ser que “nenhum pereça, senão
que todos cheguem ao arrependimento” (Pe 3:9). O princípio da escolha e de suas conseqüências
é claramente enunciado nas palavras “aquilo que o homem semear, isso também ceifará”.
(Gl 6:7).
Existem males que nos sobrevêm, e que não podem ser qualificados como castigo divino nem
como resultado de nossa imprudência pessoal. Eles ocorrem devido à própria presença do pecado
(2Tm 3:1-7) e à atuação das forças demoníacas (Ef 6:10-12). Os sofrimentos de Cristo (Mt 26 e 27)
e do apóstolo Paulo (2Co 11:23-27) confirmam essa realidade (ver Jo 15:20; 16:33). Mas, além da
maravilhosa promessa de que Deus não permite que ninguém seja tentado além de suas forças
(1Co 10:13), temos também a confortadora certeza de que Ele é poderoso para transformar males
em bem, de forma que “todas as coisas” cooperem eventualmente para o nosso próprio bem (Rm
8:28).
Num mundo habitado por criaturas morais, dotadas de livre-arbítrio, Deus não predetermina ou
predestina tudo o que acontece. Portanto, não podemos culpar o “destino” pelas conseqüências de
nossos próprios erros ou pelos males provocados pelos poderes das trevas, antagônicos à vontade
divina. Mas, como disse alguém, apesar de Deus nunca ter prometido “eliminar todas as
tempestades de nossa vida, Ele nos deu a certeza de estar conosco em meio às tempestades”. E é
exatamente esse senso da presença de Deus que dá estabilidade e segurança ao cristão, em meio
aos problemas da vida.
Fonte: Sinais dos Tempos, março/abril de 2000. p. 21 (usado com permissão)
terça-feira, 30 de setembro de 2008
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