terça-feira, 24 de março de 2009

Análise do Êxodo - 3a. parte




[ O cântico e as águas amargas]




O senhor ia diante do povo numa coluna, como presença da Majestade Divina. Cristo estava com a igreja no deserto. A quem o Senhor levar ao deserto, Este não os deixará a sós, senão que os guiará e ajudará na travessia, ainda que seja lugares áridos como o deserto.
Sabemos que uma nuvem os protegia do forte calor ao dia e uma coluna de fogo não os deixava presos na escuridão (Ex 13:20-22). A nuvem traz um importante papel no desenrolar da história desértica (Ex 33:7-11; 40:34-38; Nm 9:15, 16; 11:25; 12:5, 10; Dt 31:15), pois é um testemunho da presença única de Deus em uma forma viva e dinâmica em favor de uma nação.
Embora sejam acontecimentos no passado, estes trazem fortes lições espirituais lançando luz aos nossos dias, pois Deus ainda tem guiado seu povo, continuamente, ao dia e a noite, em direção a nova terra, a terra prometida. Assim como o povo jamais conseguiria encontrar o caminho correto sem a presença do Eterno, nós cristãos, hoje, jamais conseguiremos chegar ao céu se o Senhor não nos der a direção correta.
Após a travessia do mar, um cântico foi entoado como fruto de terem presenciado tão grande livramento vindo do Eterno. Este cântico é para a honra e glória somente de Deus, para exaltar seu nome e celebrar sua posição (v. 21). O cântico do povo aparece no verbo singular coletivo (v.1), vem após haver tido a experiência com o Senhor que produziu fé resultando em cânticos. Haviam encontrado vida e liberdade quanto tudo parecia perdido. Não exaltava o povo a si mesmo, senão aclamavam ao Senhor como “Deus, Pai e Guerreiro” (v. 2, 3), aclamando-o com as frases “minha fortaleza”, “minha canção”, “minha salvação”. Esse cântico inclui os aspectos da libertação física e salvação espiritual.
Até aqui podemos aprender algumas lições:
A adoração é um fim em si mesma, não um meio. Não adoramos a Deus para obter bênçãos, senão para agradecer as que já nos concedeu.
A adoração não se cumpre sem que o adorador não se apresente ante Deus com completa disposição de cumprir sua vontade.
O cântico é uma parte muito importante na adoração, mas adoração não é somente cantar.
A adoração sincera e atenta produz no adorador uma nova e renovada disposição de consagração ao Senhor.
Este canto de Moisés é o documento poético mais antigo da literatura hebraica. A sua composição é animada por uma verdadeira emoção que revela a alegria da salvação e sua fé e confiança em Deus. Moisés soube expressar, cheio do Espírito Santo, palavras de entusiasmo que sua alma sentiu a propósito do maravilhoso acontecimento.
O uso do verbo “cantar” no futuro é interpretado como uma indicação para Israel de que a capacidade de reconhecer a graça Divina e entoar-Lhe este cântico de louvor não deve ser limitada apenas àqueles que presenciaram a travessia do mar. Os filhos de Deus devem desenvolver, hoje, sua capacidade espiritual e cantar este louvor com a mesma emoção que seus ancestrais o entoaram.
Este é meu Deus e far-Lhe-ei uma morada - O Midrash comenta que estas palavras foram pronunciadas pelas mulheres judias à beira do mar Vermelho. Levantando nos braços os filhos recém-nascidos, disseram: “Este é o nosso Deus e, por meio destes filhos, nós O glorificamos.
Duas vezes na Bíblia se faz presente o cântico de Moisés, o servo de Deus (Ex 15 e Ap 15:1-4). Em ambos os textos, se referem a libertação efetuada pela mão de Jeová, o Senhor que livra o seu povo do exército inimigo.
Quais os elementos comuns em ambas as situações? Pois em ambos os momentos Deus é o autor da liberdade e Aquele que livra da tirania física e espiritual. Assim, os paralelos são:
ISRAEL – A.T
OS REDIMIDOS – N.T
Israel canta ao lado do mar vermelho.
O povo aclama ao lado do mar de vidro.
Deus é aclamado com pandeiros.
Os salvos usam harpas.
Estão na rota da terra prometida.
Entrarão na Canaã celestial.
Celebram a vitória de Deus sobre o Egito e Faraó.
Celebram a vitória do Cordeiro sobre o mundo e Satanás.
O primeiro cântico anuncia que Jeová reinaria sobre Israel.
O segundo cântico proclama o Senhor como “Rei das Nações”. (Ap 15:3)
Por meio da 1ª vitória Israel creu nEle.
Por meio da 2ª vitória todo o mundo chegará a reconhecê-lo como Senhor e o adorarão (Ap 15:4).
Somente Israel cantou o cântico.
Somente os salvos aprenderam o cântico.
Deus redimiu os escravos. O verbo se refere a uma liberação por meio de pagamento de um preço. Deus os comprou, de uma maneira especial pertenciam a Ele. O verbo “ga´al” (redimir) traz idéia de “fazer a função de um parente”. Eram varias as funções de redenção estipuladas no Antigo Testamento:
Resgatar uma propriedade vendida por um parente pobre (Lv 25:25)
Ser o vingador do sangue inocente derramado por um parente (Nm 35:19; Dt 19:6-10)
Casar-se com a viúva do parente para que continuasse o nome da família (Rt 3:12, 13)
No caso de Israel, Deus foi o parente mais próximo que os redimiu (Is 43:1; 41:14). Os hebreus, em seu trajeto rumo a canaã, se haviam livrado de todos os inimigos, que ou afundavam como pedras ou silenciavam-se como tais. Não havia ninguém, senão Deus, que poderia levantar-se por eles (Israel).
O Tetragrama, cuja conotação é eternidade e poder, é a única arma de Deus na guerra. Reis de carne e osso precisam de legiões e armamentos para guerrear, enquanto o Todo-Poderoso derrota seus inimigos apenas com Seu nome. Além disso, este nome que também representa sua misericórdia, é aplicado mesmo quando Deus castiga e pune seus inimigos, diferentemente dos reis mortais que não tem capacidade de praticar misericórdia e compaixão durante uma batalha.
Após uma viagem de caminho de 3 dias, o que indicaria um percurso de 40 a 50km (v. 3:18; 5:3). Com gado e uma grande quantidade de gente, havia acabado a água que tinham trazido consigo. Chegaram a encontrar águas, porém perceberam que elas não eram potáveis, as águas eram amargas, daí o nome “Mara” (v.23) significando “amargura”.
A situação era crítica, o problema de falta de água no deserto no mínimo indica uma projeção de morte, assim, disseram a Moisés: “Que havemos de beber?” (v.24), isso trouxe uma rebelião contra Deus que lhes havia já realizado grandes sinais.
A necessidade de água foi à fraqueza espiritual do povo de Deus. Um povo que esquecia facilmente os milagres do passado, que não conhecia a natureza do seu Deus no presente, que duvidava que Ele fosse estar no futuro, que precisava aprender mais sobre o Senhor e que fraquejava facilmente na fé.
As provisões de Israel trazidas do Egito, acabaram no segundo mês e eles murmuravam. Sua avaliação da libertação era tão baixa que eles desejaram morrer no Egito (Ex 14:11-12), ou seja, pela mão do Senhor, isto é, as pragas que mataram os Egípcios. Da forma como estavam posicionando-se, parecia até que haviam tido sempre abundância no Egito, que eram bem tratados e não lhes faltava nada.
Qual o significado bíblico do verbo “provar”? Nos versos que seguem e ao longo de toda caminhada no deserto, podemos interpretar a palavra “provou” com o seguinte sentido: Deus quis exercitar seu povo na observância de seus mandamentos através das experiências a que o submeteu. As águas não foram senão mais um teste, destinado a avaliar a consistência da força de sua fé.
A necessidade do homem ser examinado constantemente não traz qualquer tipo de benefício a Deus, mas sim ao homem. As provas passadas no deserto tem como único objetivo libertar o homem e capacitá-lo a agir com total liberdade espiritual em seu mundo.
Ao ser provado ou avaliado, o homem descobre haver discrepância entre sua fé e seu comportamento, isso pode ser provado pelo fato de que após o mar o povo pensou estar apto em sua fé, porém, descobrem serem ainda escravos das dificuldades impostas pelas condições ambientais adversas (por causa das águas de Mara).
Querido leitor, assim, cada prova consiste em um exercício espiritual que visa fortificar sua alma e modelar o espírito do homem.
A Deus seja a honra e glória.
Werber Marques


Teólogo Adventista


OSantuario.com.br

sábado, 7 de março de 2009

Análise do Êxodo- 2a Parte



Em êxodo capítulo 12, a narração das pragas é interrompida para dar atenção detalhada a instituição da Páscoa. Evidentemente o tema era de suma importância, não unicamente por que significava a salvação dos primogênitos de Israel, senão também que havia um simbolismo, uma projeção para o futuro.
A páscoa é a festa mais antiga de Israel, e o êxodo, podemos dizer ser o momento do nascimento de uma nação, estes eventos estão ligados intimamente. Cada vez que celebra-se a páscoa, recordam-se dos poderosos feitos divinos que iniciaram a história nacional. A fé se concretizou com a realidade histórica, o conceito de Israel da revelação histórica era único, recorda os feitos salvíficos que manteve a pureza da fé revelada frente ao subjetivismo do paganismo contemporãneo.
Em contraste com outras festas principais de Israel, a páscoa foi estabelecida como uma festa familiar. Se a família era demasiada pequena, podia dividir o cordeiro com o vizinho, de acordo com o número de pessoas (v.4). Parece que o propósito da lei era ter um número de gente suficiente para consumir o cordeiro. Posteriormente, as autoridades judias estipularam que o número mínimo que podia reunir-se para celebrar a páscoa eram 10 pessoas.
O cordeiro devia ser preparado o mais rapidamente possível. Não devia ser comido cru nem passado por água, pois um dos dois métodos tomariam mais tempo. Deviam comê-lo apressadamente, para sair imediatamente (v. 11). O povo de Deus devia ser um povo peregrino, preparado sempre para marchar a qualquer momento.
O pão devia ser sem fermento e de fácil preparação. O pão era símbolo da aflição sofrida no Egito (v. Ex 1:13, 14; Dt 16:3).
As ervas amargas (v. também representavam a vida amarga que passaram.
Com esperança e sentimento de urgência, deviam comer com as sandálias nos pés, o cajado na mão e lombos cingidos. Assim a primeira grande festa apresentava a comemoração dos judeus em alguns aspectos:
a) Ser livrado da morte. Somente os que reconheciam os méritos do sangue do cordeiro eram livrados.b) Requerer uma vitima cuidadosamente selecionada e preparada.c) Requerer uma cuidadosa preparação dos participantes
A páscoa celebrava o futuro sacrifício expiatório de Jesus Cristo.
A hora tão esperada havia chegado. A saída da nação Israelita do Egito foi triunfal, com regozijo partiram rumo ao Sinai, 600.000 mil homens, sem contar mulheres e crianças. Em um sentido matemático parece ser exorbitante e impossível, somando-se toda população certamente o número passaria da casa dos 2 milhões de pessoas. Com os israelitas, saíram tambem uma grande multidão de toda classe de gente (v. 38). Entre eles haviam elementos étnicos diferentes. Egípcios casados com israelitas (Lv 24:10), mulher etíope desposada por Moisés (Nm 12:1), midianitas que se juntaram (Nm 10:29), provavelmente outros escravos e fragmentos de grupos étnicos subjugados pelos egípcios. Pertencer a Israel não era questão de raça, mas de fé.
Foram 430 anos (v. 40) o período total de servidão no Egito.
Diante de todas as dificuldades, perigos e problemas que apresentam o deserto, Jeová não os guiou em sua rota mais curta, o que representaria passar pela terra dos filisteus, para que não se desalentassem e desanimassem com a guerra que teriam que enfrentar (v. 17). Não era prudente que Israel, recém liberto da opressão egípcia, tivesse contato com tão fortes exércitos filisteus. Israel não estava em condições de assumir a sua própria liberdade. Por certo, a rota que cruzava o território filisteu os faria chegar ao destino em um período bastante reduzido, 10 a 15 dias de viagens. Alguns estudiosos afirmam que o real percurso que fizeram levou 3 meses.
Um importante pensamento sobre o assunto diz: “Em vez de seguirem pelo caminho direto para Canaã, o qual passa através do país dos filisteus, o Senhor determinou a sua rota para o Sul, em direção às praias do Mar Vermelho. Se tivessem tentado passar pela Filístia, seu prosseguimento teria sido impedido, pois os filisteus, considerando-os como escravos escapados aos seus senhores, não teriam hesitado em mover-lhes guerras. Os israelitas estavam mal preparados para um encontro com aquele povo poderoso e aguerrido. Tinham pouco conhecimento de Deus e pequena fé nEle, e ter-se-iam aterrorizado e desanimado. Estavam desarmados, e não tinham o costume de guerrear, seu espírito estava deprimido pelo longo cativeiro, sentiam-se embaraçados pelas mulheres e crianças, ovelhas e gado. ” E.G.W., Patriarcas e Profetas, pág. 197.
Em seu primeiro dia de viagem Israel chega a Sucote, um lugar ainda dentro do território egípcio. Deste ponto em diante fica impossível traçar fielmente a rota, ao que se sabe deixaram o Egito pelo norte e foram ao deserto de Sur (13:18; 15:22).
Ao receber a notícia de que Israel andava errante e que o deserto o teria encurralado, o coração do faraó novamente se volveu contra o povo enchendo-se de esperança. Não era seu intento lutar contra eles, mas sim recapturá-los. O texto hebreu diz literalmente que faraó tomou 600 carros selecionados, os mais velozes.
Os israelitas tinham saído a vários dias, quando estes se deram conta que os egípcios vinham em sua direção, ficaram apavorados, o texto apresenta o verbo “clamar”, indicando uma queixa com grande angústia. Não era uma petição de salvação, senão era mais uma transferência de culpa para Deus por tê-los posto em tal situação. Para o faraó, o Senhor dos Exércitos não tinha sido feliz encurralando-os, não era um Deus estratégico e militarmente preparado. Mas o Senhor afirmara: “serei glorificado em faraó″.
O povo estava evidenciando sua débil fé, os muitos anos no Egito tinham feito uma profunda marca de desconfiança psicológica em suas mentes, a dura servidão tinha apagado a confiança em Deus.
O Senhor fala a Moisés para que o povo marche em direção ao mar. As vezes é mais fácil proclamar a fé do que praticá-la. Para Israel, pôr-se em marcha seria entrar no mar e molhar-se, para Moisés, seria o caminho da liberdade. Aos olhos dos israelitas não havia caminho livre, somente para cima, e exatamente de lá foi que veio a libertação deles. Quando não podemos deixar os problemas, devemos olhar por sobre nossos medos e contemplar a libertação que vem do alto, se Deus permite que o seu povo esteja em apuros, é que Ele sabe onde está a saída.
A silenciosa oração de Moisés prevalece diante de Deus mais que os fortes gritos de terror de Israel. A núvem e a coluna de fogo eram um muro entre eles e seus inimigos. A palavra e providência de Deus tem um lado negro e tenebroso para o pecado e os pecadores, mas um lado iluminado e agradável para o povo dEle.Aquele que separou a luz das trevas, faria agora clara distinção entre egípcios e israelitas, e isto seria relembrados pelos séculos vindouros.O capítulo 14 é uma continuação da história da saída iniciada em 13:17, e segue o tema do êxodo do Egito, com um renovado conflito entre Jeová e Faraó. Este capítulo tem sido grande influência para a fé bíblica. (Sl 106:6-12; Is42:13; 62:7-14; 1Co 10:1-2).
O Senhor revelou sua estratégia a Moisés (v.1). Jeová mandou que o povo desse a volta e acampasse junto a Pi-Hairote, entre Migdol e o mar. O Senhor estava preparando o cenário do confronto final.
A tentação econômica de manter a nação de Israel escrava no Egito produzindo riquezas era demasiada grande para faraó. Todavia não se dava conta de que o adversário era nada menos do que Jeová e não Israel. O Senhor daria logo a seguir, ao mundo, uma demonstração de seu grande poder.
Tragicamente, o faraó nunca quis admitir sua humanidade frente ao Senhor.
A entrada dos israelitas no mar era um tipo de conversão das almas, mas a entrada dos egípcios foi um tipo de ruína final dos pecadores impenitentes.
Aos primeiros passos dados pelo povo, altas paredes de águas foram formadas de ambos os lados, a mão de Deus às segurava para que “a menina de seus olhos” pudesse passar. Caminharam em seco pelo “fundo do mar”. O Senhor pode levar seu povo à dificuldades das maiores e abrir caminho onde não há.
Logo sobreveio a ira reta e justa de Deus sobre os inimigos do seu povo. Eles poderiam haver desejado a paz que tinha Israel, mas não quiseram, e tem sido sempre assim, os homens não se convencem até que seja demasiado tarde, quando sua causa seja sem esperança.Os Israelitas contemplaram os egípcios mortos, aos montes, na areia da praia. Aqui é o fim para o qual o cristão não deve esquecer-se jamais, se seus inimigos são fortes e poderosos, se os problemas são gigantes, mas você está apoiado por Deus, Ele segurará as ondas e os inimigos que você vê hoje, não os verá jamais.
Werber Marques

OSantuario.com.br

quinta-feira, 5 de março de 2009

Quem deve ser excomungado nesta história?






Arcebispo excomunga médicos e parentes de menina que fez aborto

Garota de 9 anos teria sido violentada pelo padrasto.
Médico diz que havia risco de morte caso gravidez continuasse.


O arcebispo de Olinda e Recife excomungou nesta quarta-feira (4) a mãe, os médicos e outros envolvidos no aborto sofrido por uma menina de 9 anos. Segundo a polícia, o padrastro confessou que abusava da garota. Ele seria o pai dos gêmeos que ela esperava.

Ao justificar sua ação, dom José Cardoso Sobrinho disse que, aos olhos da Igreja, o aborto foi um crime e que a lei dos homens não está acima das leis de Deus.

A menina está em uma maternidade pública do Recife. Assim que foi internada, na terça-feira (3) à noite, começou a receber doses de um medicamento para interromper a gravidez. No fim da manhã desta quarta, o aborto se consumou, segundo direção de hospital. "Se a gravidez continuasse, o dano seria pior. O risco existiria até de morte ou de uma sequela definitiva de não poder mais engravidar”, explica o médico Olímpio Moraes.

Mas, para a equipe médica, não foi uma decisão simples. A realização do aborto passou a contar com oposição declarada do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, um integrante da ala conservadora da Igreja. “A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos, é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor”, acredita.

“Há duas indicações legais no abortamento previsto em lei, que é o estupro e o risco de vida. Ela está incluída nos dois e, como médico, a gente não pode deixar que uma menina de 9 anos seja submetida a sofrimento e até a pagar com a própria vida”, rebate o médico.

A reação do arcebispo foi imediata. Assim que soube que o aborto havia sido consumado, dom José Cardoso Sobrinho disse que a Igreja Católica considera que houve um crime e um ato inaceitável para a doutrina. E decidiu: todas as pessoas que participaram do aborto, com exceção da criança, estão excomungadas da Igreja.

“Para incorrer nessa penalidade eclesiástica, é preciso maioridade. A Igreja, então, é muito benévola, quer dizer, sobretudo, com os menores. Agora os adultos, quem aprovou, quem realizou esse abordo, incorreu na excomunhão. A Igreja não costuma comunicar isso. Agora, a gente espera que essa pessoa, em momentos de reflexão, não espere a hora da morte para se arrepender”, afirma.

Entidades de defesa da mulher, da criança e do adolescente não concordam com a decisão do arcebispo. “Há organizações que não levam em consideração a vida dessa menina em um momento como esse e fazem um enorme desserviço em criar uma polêmica em torno de um caso que está garantido por lei e que há uma decisão da responsável pela menor no sentido de encaminhar dessa forma como está sendo encaminhado”, afirma a educadora do SOS Corpo Carla Batista.

O teólogo e ex-professor da PUC de São Paulo João Batistiole comentou a excomunhão dos envolvidos no aborto legal. “Acho que é uma posição dura, difícil de entender, uma posição institucional. Acho que a igreja perde um pouco da credibilidade perante seus fieis”, avalia.




Nota:

Concordo plenamente com dom José Cardoso Sobrinho no que diz respeito que a lei de Deus é imutável e está acima de qualquer lei humana. Daria uma nota 10 em teologia teórica para o dom José Cardoso Sobrinho. Entretanto, na prática percebemos que a Igreja Católica possui os 10 mandamentos diferente do que a Lei de Deus (Os 10 mandamentos), que está nas Sagradas Escrituras no livro de Êxodo 20:1-17, apresenta. Para onde foi o 2º e o 4º mandamento de Deus, que contém na Bíblia, nos 10 mandamentos da catequese?

Partindo do princípio do dom José, autoridade da Igreja Católica que tem poder para excomungar qualquer um de seus membros, na qual obedecer aos mandamentos de homens ao invés dos mandamentos Deus é considerado "um crime e um ato inaceitável para a doutrina", qual seria a situação da Igreja Católica que não obedece e ainda altera os mandamentos de Deus? Será que o dom José Cardoso Sobrinho excomungaria a igreja?

Quem que de fato, merece ser excomungado? Todas as pessoas participantes deste aborto ou a Igreja Católica?

Patrício Darvisson

Para mairores informações mande um email para contato@averdadeestanabiblia.web.br.com


MAS NINGUÉM PRECISA SER VENCIDO.

"Justamente aqueles que Deus Se propõe usar como Seus instrumentos para uma obra especial, Satanás, empregando seu máximo poder procura transviar. Ele nos ataca em nossos pontos fracos, procurando, pelos defeitos do caráter, obter domínio sobre o homem todo; e sabe que, se tais defeitos são acalentados, terá bom êxito. Mas ninguém precisa ser vencido. O homem não é deixado só a vencer o poder do mal pelos seus fracos esforços. O auxílio está às mãos, e será dado a toda alma que realmente o desejar. Anjos de Deus, que sobem e descem pela escada que Jacó viu em visão, auxiliarão a toda alma, que o deseje, a subir mesmo aos mais altos Céus." Ellen G. White, Patriarcas e Profetas págs. 417

domingo, 1 de março de 2009

Análise do Êxodo - 1a Parte



[ Faraó, Moisés e as 10 Pragas ]

Uma nova dinastia assumiu o poder do Egito, iniciando uma política de opressão que foi seguida por Ramsés II.

Não é que o faraó não tinha conhecimento histórico daquele povo, senão que não sentia nenhuma obrigação com a família de José. Via o poder numérico e econômico de uma gente extrangeira em seu próprio pais. Também reconheceu que sua localização em Gosen, ao norte, uma rota usada tradicionalmente por invasores da Ásia Menor, podia ser um risco a segurança do Egito, em caso de um ataque. Ademais, a prosperidade do povo comprometia parte da produção nacional, além da cultura Israelita não permitir ou não se identificar com a cultura egípcia. Assim, não querendo também perder uma fonte tão valiosa que eram os escravos, idealizou através do trabalho forçado, tratando-os com rigor, obrigou-os a construírem e edificarem grandes construções. Quanto mais oprimiam o povo Israelita, tanto mais se multiplicavam.

Uma nação é verdadeiramente poderosa quando seus cidadãos vivem de acordo com os princípios morais e espirituais. Roma que já chegou a ser o império mais poderoso que o mundo havia visto, entrou em decadência pois havia perdido a sua moral, ao perder a moral perde-se também o material. As circunstâncias do mundo põem os homens em pedestais mas depois os derrubam.

No Egito, o faraó era o dono de toda a terra (Gn 47:20,21), seu governo era autocrático, sua palavra era a lei absoluta. Os Israelitas tornaram-se escravos oficialmente, pela palavra do Faraó.

O respeito pela vida humana, é uma característica que distingue todo bom governo. Preservar a vida não é somente conservar sua existência, senão enriquecê-la, estabelecer condições para que cada indivíduo possa viver dignamente com o fruto de seu trabalho. O governo que não respeita a vida humana é um governo corrupto que, em seu desejo por levar seus planos avante, tende a extender a corrupção à seus cidadãos. A ordem de Faraó às parteiras, de matar a todos os recém nascidos, é um exemplo disto.

Observa-se a ordem da providência, justo no momento em que a crueldade de Faraó chega ao máximo, mandando matar os meninos hebreus, nasce o libertador. Quando os homens se juntam e se unem para levar a igreja a ruína, Deus está preparando a salvação. O cumprimento do nosso dever, é seguido dos feitos de Deus. A fé nEle sempre nos porá por cima do temor aos homens. O bebê Moisés estava aparentemente sozinho no rio Nilo, mas Deus está mais presente do nosso lado quando parecemos mais abandonados e desamparados.

Entra então em cena o grande libertador. Para tirar o povo da opressão, o Senhor chama a Moisés dizendo: [ Moisés, Moisés], com espanto, o grande homem entendeu que O Eterno sabia seu nome. Em Israel o nome representa a pessoa, em conhecer o nome de alguém significava ter um poder sobre ele. O Eterno não se identificou como um Deus novo, mas como o Deus do pacto, disse: Deus de seus pais.

Moisés desejava saber quem o estava enviando, razão pela qual perguntou o nome de Deus. Deus tem vários nomes e cada um deles representa a forma como Ele se manifesta aos seres humanos. Em respeito a sua enorme santidade o Tetragrama não é pronunciado nas orações ou rezas durante a leitura da Torá conforme está escrito, sendo substituído por Adonai ou Hashem. Portanto, a pergunta de Moisés a Deus pode ser perfeitamente compreendida de forma mais profunda: “Qual é o seu nome?” - Deus não disse: “Eu era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó″, mas Ele falou: Eu Sou. É obvio que os judeus conheciam os diferentes nomes de Deus, o que eles queriam saber era como Ele pretendia se manifestar no curso da redenção do Egito: como o Eterno Deus misericordioso, como o Deus do juízo ou todo poderoso.



Agora haviam três problemas a serem superados:

1) Moisés tinha que ser convencido de que seria o libertador do povo;
2) Israel tinha que se convencer de que Moisés foi o escolhido para livrá-los;
3) Faraó tinha que ser convencido a deixar o povo ir.

A certeza da presença de Deus assegura o triunfo da tarefa encomendada por Ele. Apesar do sentimento de insuficiência, quem poderia estar melhor preparado? Moisés conhecia o idioma egípcio, a cultura, as crenças, podia mover-se dentro do palácio do faraó sem precisar de um guia, conhecia o deserto, os povos da região e tinha participado de orientações teológicas com um sacerdote de Deus, Jetro. Deus o havia preparado bem, sem que Moisés se desse conta.

Não apenas Moisés e Arão estavam livres da escravidão, mas sim toda a tribo de Levi - os sacerdotes dos filhos de Israel - o que explica a facilidade e a certa liberdade com que os dois se movimentavam na corte egípcia. Tal privilégio para os sacerdotes já era conhecido (Gn 47:22)

Com firme resistência a ordem divina, faraó, não deixando que o povo pudesse ir traria juízos que seriam lançados sobre toda a nação egípcia.

As pragas foram atos de Deus sobre todos os deuses do Egito (12:12b). Foram mais que um simples juízo sobre um rei obstinado. Os sinais e prodígios atacaram a teologia errônea dos egípcios acerca do faraó como um ser divino, as crenças a cerca do deus Nilo e a reverência (dedicação) de toda vida animal. As pragas foram demonstrações históricas da soberania de Jeová sobre a história, sobre a criação e sobre todos os homens.

Nem todas as dez pragas foram lançadas por Moisés. As 3 primeiras (sangue, rãs e piolhos) foram rogadas por Arão. O Midrash conta: “Disse Deus a Moisés: “As águas, que cuidaram de ti quando foste lançado ao Nilo, e a terra, que veio em teu auxílio quando mataste o egípcio não é justo que sejam amaldiçoadas por ti”. Essa era uma forma de aprimorar a própria personalidade humana. A virtude da gratidão, é um sentimento que pulsa no coração de qualquer pessoa que a cultive, mesmo por objetos inanimados passivos dos quais usufruímos. Se Moisés tivese lançado estas pragas, ele é que teria sido atingido, pois ficaria gravado em seu coração um ato de ingratidão e uma atitude grosseira.
Independente da maneira que se interprete como tenham sido as pragas, sabemos que:
(1) Ocorreram em um momento bastante oportuno;
(2) Produziram severas aflições aos egípcios;
(3) Afetaram lugares específicos;
(4) Tinham o propósito de livrar a Israel da escravidão egipcia.

1a - ÁGUA EM SANGUE
O Senhor ordenara a Moisés que fosse encontar Faraó as margens do nilo (v. 15). Para que se conhecesse o nome do Eterno, Moisés pronunciara novamente o nome dAquele que já havia dito ao Faraó que libertasse o povo. Foram golpeadas as águas do Nilo e transformaram-se em sangue, trazendo caos, morte. Claramente ficou apresentado que o deus Nilo não era superior ao Deus verdadeiro e que também este era controlado pelo todo poderoso.
A vista de tão vastas torrentes de sangue não podia senão inspirar horror, nada é mais comum que a água. Tão sabiamente o Senhor fere o que é tão necessário e útil ao bem estar da vida humana, agora restavam apenas 2 opções aos egípcios: Tomar sangue ou morrer de sede. Tendo manchado o rio com sangue anteriormente, quando jogaram os pequeninos por ordem do faraó, agora a própria mão do Senhor os dava sangue. Isso aconteceu a vista do faraó, pois os verdadeiros prodígios do Senhor não se realizam como os feitos de Satanás, a verdade não se esconde pelos cantos. O pecado é o que converte nossa água em sangue.
“Sendo o transbordamento o Nilo a fonte dos alimentos e riqueza para todo o Egito, era o rio adorado como um deus, e o rei ia para ali diariamente a fim de render as suas devoções. Ali os dois irmãos repetiram-lhe de novo a mensagem, e então estenderam a vara e feriram a água. A corrente sagrada mudou-se em sangue, os peixes morreram, e o rio exalou mau cheiro. A água nas casas, o suprimento preservado nas cisternas, foram semelhantemente transformados em sangue”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 184.

2a - AS RÃS

As rãs eram parte da vida egípcia, estava associada a deusa HEQUET (com cabeça de rã), quem, segundo a crença, ajudava as mulheres durante o parto, consequentemente as rãs eram consideradas a personificação de um poder que dava vida.

A praga apresentou bastante inconveniência, sendo que haviam milhares delas espalhadas por todos os lados, em seus dormitórios, suas camas, ao assentar-se o faraó elas subiam nele e o mesmo ocorria com todos os habitantes. Agora o Senhor conseguira atrair a atenção do faraó.

Os magos também conseguiram produzir o surgimento de rãs (v. 7), mas o problema não era fazê-las aparecer, mas sumirem, e isso eles não conseguiram, contribuíram apenas para o agravamento da praga.
A praga servia para castigar os opressores e derrotar seus deuses. A praga da rã fez a deusa HEQUET parecer ridícula. Não poder caminhar pelas ruas sem pisar em rãs era claro sinal de derrota da deusa. A enorme quantidade delas por todos os lugares irritavam os egípcios, Deus poderia ter infestado o Egito de leões, ursos ou lobos, mas Ele escolheu estas desprezíveis criaturas para mostrar que por sua ordem, ele pode atacarnos com as menores partes da criação. Humilhou o faraó, não podiam comer, beber nem dormir tranquilos, onde estivessem eram molestados por rãs. A maldição de Deus sobre o ser humano o perseguirá onde quer que este possa ir.

A praga da rã foi enviada porque os egípcios obrigaram os hebreus a pescar para eles. Além disso, as rãs saindo do Nilo representava que o Nilo é um “servo” de Deus.

“De novo foi estendida a vara sobre as águas, e rãs subiram do rio, e espalharam-se pela terra. Percorriam as casas, apoderavam-se dos quartos de dormir, e mesmo dos fornos e amassadeiras. A rã era considerada sagrada pelos egípcios, e não as destruíam; mas tal praga viscosa se tornara agora intolerável. Vendo isso o Faraó ficou algo humilhado. A praga, entretando, continuou até o tempo especificado, em que por todo o Egito as rãs moreram; mas seus corpos deteriorados, que haviam ficado, poluíam a atmosfera. O Senhor poderia tê-las feito voltar ao pó em um instante, mas não fez isto para que não acontecesse depois de sua remoção declararem o rei e seu povo ser aquilo o resultado da feitiçaria ou encantamento”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 184.

3a - OS PIOLHOS

Sem anunciar de antemão, Jeová dissera a Moisés que mandaria outra praga, uma em que arrancaria dos magos a seguinte expressão: é o dedo de Deus (v. 19). A palavra hebréia se refere a um inseto pequeno que não havia sido identificada com exatidão, mas que seria traduzida por “piolhos”, “mosquitos”, “pulgas”. O vocábulo “piolhos” é o mais aceito pelos requisitos textuais. A tradução “piolhos” segue a opinião do historiador judeu Josefo e de escritores talmúdicos, mas não tem base linguística. Os insetos eram tão pequenos que apenas os percebia a olho humano, mas de acordo com Orígenes feriam de uma forma que causava uma irritação extremamente dolorosa na pele.

Do pó da terra surgiram os piolhos, de qualquer parte da criação pode Deus fazer surgir juízos sobre os que se rebelam contra seu governo.

Essa terceira praga que um pó se convertia em piolhos e pequenos insetos que picavam mortalmente seus corpos. O Baal Haturim (c. 1275-c.1340) disse que os piolhos surgiram porque os egípcios proibiam os hebreus de se lavarem e se banharem.

“Por ordem de Deus Arão estendeu a mão, e o pó da terra se tornou em piolhos por toda a terra do Egito. Faraó chamou os magos para fazerem o mesmo, mas não puderam. Mostrou-se assim ser a obra de Deus superior à de Satanás”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 185.

4a - MOSCAS

Desta praga não se especifica a classe de inseto, na LXX traduz como um mosquito feroz que atacava suas vítimas para tirar delas sangue. Tais insetos que entravam nas cidades e mordiam os habitantes, foi porque os egípcios mandaram os hebreus caçar animais, expondo-os ao perigo de serem comidos ou mordidos por estes.

Faraó sem desejar aceitar os tratados de Moisés e Arão, sugeriu que os mesmos adorassem ali a seu Deus, porém, seria uma abominação ante Senhor que oferecessem sacrifícios egípcios e seria uma abominação para os próprios egípcios se os hebreus oferecessem seus objetos de adoração, a saber, bezerros e bois. Os que oferecem sacrifícios aceitáveis a Deus devem apartar-se dos ímpios e profanos. Também devem apartar-se do mundo. Israel não podia celebrar uma festa à Jeová entre os fornos de cozer tijolos e panelas de carnes dos egípcios.

Faraó consentiu que estes fossem ao deserto adorar como bem pretendiam, mas não distanciassem muito pois deveriam voltar. Assim, muitos pecadores que se tem apartado do mundo, não tem ido muito distante, de modo que quando o desejo ao pecado reinar novamente, possam voltar atrás.

“Moscas encheram as casas e enxamearam por sobre a terra, de modo que “a terra foi corrompida destes enxames”. Estas moscas eram grandes e venenosas, sua picada era extremamente dolorosa ao homem e aos animais”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 185.

5a - PESTE AOS ANIMAIS

A peste seguinte acabaria com todo o gado do Egito, dando a faraó um prazo, comunicou também a distinção entre o gado do Egito e o gado de Israel, pois somente o gado egípcio haveria de morrer. A praga feriu primeiro o gado e depois os animais domésticos.
Deus quer Israel liberto, Faraó se opõe, e agora está em jogo qual é a palavra que prevaleceria. Os egípcios adoravam a seu gado, o que nós idolatramos Deus considera justo destruí-lo.
A peste que matava os animais domésticos foi como castigo por terem os egípcios enviado os hebreus a lugares remotos para apascentar suas ovelhas, e com o objetivo de separá-los de suas famílias.
“Seguiu-se um golpe mais terrível: peste em todo o gado do Egito que estava nos campos. Tanto os animais sagrados como as bestas de carga - vacas, bois e ovelhas, cavalos, camelos e jumentos, foram destruídos. Havia sido distintamente declarado que os hebreus seriam insetos, e Faraó, enviando mensageiros à casa dos israelitas, constatou a veracidade de tal declaração de Moisés. “Do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 185.

6a - ÚLCERAS
A sexta praga também foi terrível. Tendo pego cinzas do forno (de cerâmica para assar tijolos) e lançado ao ar, produzia úlceras nos homens e nos animais em toda a terra do Egito. Novamente os magos foram impotentes para duplicar tal manifestação de poder, mesmo porque estavam cheios de tumores e não podiam aparecer perante Moisés (v. 11).
Havia possibilidade de que fosse lepra (Lv 13:18-23), se não foi, poderiam ser contagiosas, o que requeria que o enfermo fosse exilado por algum tempo (Lv 13:14-6). Possivelmente um abscesso ou um forúnculo que se abria, não é clara a natureza desta enfermidade, porém, alguns pensaram que a praga foi varíola ou uma enfermidade da pele similar a lepra.
A esta altura a estabilidade econômica e religiosa do país se deteriora profundamente, produzindo uma desorganização total do governo. Todos estavam em quarentena e não havia quem cuidasse dos doentes.
Quando os egípcios estavam comovidos pela morte do gado, Deus os envia uma praga que feria seus próprios corpos. As vezes Deus mostra o pecados dos homens mediante o castigo. Se os homens fecham seus olhos para a luz, é justo que Deus deixe fechado seus olhos.
Quando a justiça de Deus ameaça ruína, ao mesmo tempo sua misericórdia mostra uma saída.
Esta praga fazia sofrer pessoas e animais, por haverem obrigado os hebreus a construir casas de banhos para banhar e deleitar os corpos dos egípcios.
“Ordenou-se em seguida a Moisés que tomasse cinzas do forno, e as espalhasse “para o céu diante dos olhos de Faraó″. Este ato era profundamente significativo. 400 anos antes, mostrara Deus a Abraão a opressão futura de seu povo, sob a figura de uma fornalha fumegante e uma tocha de fogo. Ao ser a cinza espalhada para o céu, as minúsculas partículas espalharam-se por toda a terra do Egito, e onde quer que caíam produziam sarna, que arrebentava “em úlceras nos homens e no gado”. Os sacerdotes e magos até ali haviam incentivado Faraó em sua obstinação, mas agora viera um juízo que atingia mesmo a eles. Acometidos de uma moléstia repugante e dolorosa, tornando-se seu alardeado poder apenas desprezível, não mais podeiam contender contra o Deus de Israel”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 185 e 186.

7a - GRANIZO/SARAIVADA

Aqui se inicia o terceiro ciclo das ações divinas. Pela primeira vez o livro emprega como substantivo esta palavra: “um golpe”, “uma matança”, “uma pestilência”. Geograficamente esta seria uma praga para todo o país. Em outros lugares a palavra é empregada para uma matança de uma guerra (1Sm 4:17), para castigos sobrenaturais (Nm 14:37, 25:8-9, 25; Zc 14:12), e para um golpe de morte (Ez 24:16). Aqui aumenta-se a intensidade do conflito, o desenvolvimento do tema indica que a mão de um artista prepara o seu auditório para o juízo final de Jeová sobre o faraó. O autor chama atenção para o crescente respeito para com Moisés, entre os egípcios.
O granizo não é comum no Egito, a região do Cairo só tem uma precipitação anual de chuva de 6mm, e ao sul do Cairo a chuva é algo estranho. As vezes não cai nenhuma gota durante anos, portanto é compreensível que uma tormenta de granizo, tal como a que se descreve nos versos 23 e 24, fora um pouco tão extraordinário para ser considerado um ato de castigo divino. Faraó ficou impressionado, ao ponto de desejar negociar em um nível mais sério, chamando Moisés e Arão, confessa que ele e seu povo tem errado.
Esta praga tocou profundamente três aspectos da vida egípcia:
(1) A teología egipcia (seus deuses não puderam trazer proteção)
(2) A vida de alguns incrédulos que ingnoravam a advertência divina
(3) A economía nacional (cada vez más afectada).
A sétima praga foi um castigo pelos egípcios terem obrigado os hebreus a lavrar a terra.
“A chuva ou a saraiva não eram comuns no Egito, e uma tempestade como a que fora predita nunca havia sido testemunhada. A notícia espalhou-se rapidamente, e todos os que creram na palavra do Senhor recolheram seu gado, enquanto os quedesenharam o aviso o deixaram no campo. A tempestade veio conforme fora predita: trovão e saraiva, e fogo misturado com a mesma… …a ruína e a desolação assinalavam o caminho do anjo destruidor. Unicamente a terra de Gósen foi poupada”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 187 e 188.

8a - GAFANHOTOS
Aparece um novo elemento, homens do Egito aconselham o faraó a deixar ir o povo (v. 7). Audaciosamente Moisés entrega a faraó a palavra de Deus “Até quando se recusarás a humilhar-te?” (v. 3). Deus havia mandado sete pragas, para o hebreu o número sete é perfeito, sete sinais deviam haver sido suficientes, mas faraó seguia seu obstinado caminho, trazendo desconforto, tristeza e morte ao seu próprio povo. O problema do egípcio era o orgulho e como todos os tiranos da história, teria que aprender a lição de sua humanidade, era homem e não um Deus.
Os gafanhotos se multiplicavam rapidamente, formando grandes nuvens ao ponto de escurecer o sol, como uma tormenta (Jl 2:2-10). Sendo voadores e leves são arrastados pelo vento, podendo percorrer grandes distâncias, causam danos tremendos. Antigamente, uma invasão assim se considerava como o mais terrível de todos os assolamentos que pudessem açoitar um país. Os gafanhotos destroem toda uma vasta vegetação, chegam em grandes quantidades, o ruído de seu vôo faz recordar o da chuva ou o crepitar do fogo no pasto seco, com sua multidão obscurecem o céu.
Teria sido mais fácil resistir a um exército do que aos gafanhotos, então, quem é capaz de fazer frente ao grande Deus?
Um vento oriental trouxe os gafanhotos, um vento ocidental os levou. De onde quer que viessem, estes obedecem a palavra de Deus e giram por seus conselhos.
A oitava praga, os gafanhotos que destruiram todas as plantas, foi pelo pecado de obrigar os hebreus a plantar árvores, para os egípcios gozarem de seus frutos. Os gafanhotos são, na realidade, uma séria praga pois causam estragos enormes às plantações, sobretudo em certas regiões africanas. Ali, onde atacam em bando, todo o verde é devastado em poucas horas.
“Moisés estendeu então a vara sobre a terra, e soprou um vento oriental, que trouxe gafanhotos. Encheram o céu até que a terra se escurreceu, e devoraram toda a vegetação que restava. O povo do Egito estava ao ponto do desespero. Os açoites que já haviam caído sobre eles pareciam quase além do que se podia suportar, e estavam cheios de temor pelo futuro. Por toda parte homens estavam a indagar, com desalento: o que será depois disto?” EGW, Patriarcas e Profetas pág. 189.

9a - TREVAS
Agora viriam densas trevas sobre a terra do Egito por um espaço de três dias. Outra vez o faraó chamou a Moisés e ofereceu outro acordo, no qual foi recusado. Com raiva do grande líder, faraó diz que este deveria sair de sua presença sob promessa de matá-lo. Moisés responde indignado, dando o anúncio prévio da morte dos primogênitos dos egípcios.
As trevas foram tão densas que diz o texto: Se podiam apalpar. (v. 21, 22). Não foi por coincidência que a penúltima praga fosse trevas, a teologia egípcia dava prioridade ao deus sol, considerava o mesmo faraó como uma encarnação deste.
Agora o deus egípcio (sol) estava sendo reduzido a nada.
Os palácios mais iluminados tornaram-se como masmorras, agora faraó tinha tempo para considerar se ele era o maior. Os filhos de Israel tinham ao mesmo tempo luz em suas vidas.
Sem dúvida havia luz onde havia um israelita, onde há um filho da luz, as trevas são discipadas. Quando Deus fez tal diferença entre egípcios e israelitas, quem não desejou uma humilde cabana israelita do que o palácio dos egípcios?

A nona praga, que reinou no país a tal ponto, que os egípcios não viram cada um a seu irmão e não se levantaram de seus lugares durante 3 dias, foi o castigo por terem os egípcios posto alguns israelitas em calabouços escuros. Trevas espessas, “não viu nenhum homem a seu irmão” indica que o egoísmo no Egito era tão enorme, que cada um só via a si próprio.
“Subitamente repousou sobre a terra uma escuridão, tão densa e negra que parecia “trevas que se apalpem”. Nâo somente estava o povo despojado de luz, mas a atmosfera era muito opressiva, de maneira que a respiração era difícil. O sol e a lua eram objetos de culto para os egípcios, nestas trevas misteriosas o povo e seus deuses foram de modo semelhante atingidos pelo poder que tomara a si a causa dos escravos”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 189.

10a - PRIMOGÊNITOS
Por várias razões esta praga se distinguia das outras:
(1) Toda a atividade sería exclusivamente de Jeová. Não havia intervenção por parte de Moisés e Arão.
(2) Seria diferente. As primeiras quatro pragas haviam sido mais moléstias, causando danos econômicos, a nona produziu terror, mas a décima transtornaria toda população egípcia.
(3) O povo receberia um pagamento justo pelos anos de maus tratos para com os hebreus.
A décima praga foi uma luta de vida ou morte, o climax do tema principal: o conflito entre os deuses dos egípcios e o Deus Soberano.
Antes do golpe decisivo, faltava um passo mais, era necessário preparar o povo para a grande noite que seria lembrada e comemorada pelos séculos seguintes. O anjo da morte passaria sobre as casas dos hebreus e atingiria os egípcios com golpe mortal.
A décima praga e última consistiu na morte dos primogênitos egípcios, sem distinção de categoria, e do primogênito dos animais, alguns dos quais eram considerados sagrados. Assim expiaram os egípcios o pecado de terem jogado os recém nacidos dos hebreus ao Nilo.
“Pais e mães [israelitas] cingiam nos braços seus amados primogênitos, ao pensarem no golpe terrível que deveria ser desferido aquela noite. Mas nenhuma habitação de Israel foi visitada pelo anjo destruidor da morte. O sinal e proteção de um Salvador - encontrava-se em suas portas, e o destruidor não entrou. À meia-noite “havia grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvese um morto”. Por todo o vasto reino do Egito, o orgulho de cada casa fora derribado.” EGW, Patriarcas e Profetas pág. 191.

Cada praga teve sua origem nos maus tratos que os hebreus tiveram que suportar que suportar.

Fonte: www.OSantuario.com.br