domingo, 1 de março de 2009

Análise do Êxodo - 1a Parte



[ Faraó, Moisés e as 10 Pragas ]

Uma nova dinastia assumiu o poder do Egito, iniciando uma política de opressão que foi seguida por Ramsés II.

Não é que o faraó não tinha conhecimento histórico daquele povo, senão que não sentia nenhuma obrigação com a família de José. Via o poder numérico e econômico de uma gente extrangeira em seu próprio pais. Também reconheceu que sua localização em Gosen, ao norte, uma rota usada tradicionalmente por invasores da Ásia Menor, podia ser um risco a segurança do Egito, em caso de um ataque. Ademais, a prosperidade do povo comprometia parte da produção nacional, além da cultura Israelita não permitir ou não se identificar com a cultura egípcia. Assim, não querendo também perder uma fonte tão valiosa que eram os escravos, idealizou através do trabalho forçado, tratando-os com rigor, obrigou-os a construírem e edificarem grandes construções. Quanto mais oprimiam o povo Israelita, tanto mais se multiplicavam.

Uma nação é verdadeiramente poderosa quando seus cidadãos vivem de acordo com os princípios morais e espirituais. Roma que já chegou a ser o império mais poderoso que o mundo havia visto, entrou em decadência pois havia perdido a sua moral, ao perder a moral perde-se também o material. As circunstâncias do mundo põem os homens em pedestais mas depois os derrubam.

No Egito, o faraó era o dono de toda a terra (Gn 47:20,21), seu governo era autocrático, sua palavra era a lei absoluta. Os Israelitas tornaram-se escravos oficialmente, pela palavra do Faraó.

O respeito pela vida humana, é uma característica que distingue todo bom governo. Preservar a vida não é somente conservar sua existência, senão enriquecê-la, estabelecer condições para que cada indivíduo possa viver dignamente com o fruto de seu trabalho. O governo que não respeita a vida humana é um governo corrupto que, em seu desejo por levar seus planos avante, tende a extender a corrupção à seus cidadãos. A ordem de Faraó às parteiras, de matar a todos os recém nascidos, é um exemplo disto.

Observa-se a ordem da providência, justo no momento em que a crueldade de Faraó chega ao máximo, mandando matar os meninos hebreus, nasce o libertador. Quando os homens se juntam e se unem para levar a igreja a ruína, Deus está preparando a salvação. O cumprimento do nosso dever, é seguido dos feitos de Deus. A fé nEle sempre nos porá por cima do temor aos homens. O bebê Moisés estava aparentemente sozinho no rio Nilo, mas Deus está mais presente do nosso lado quando parecemos mais abandonados e desamparados.

Entra então em cena o grande libertador. Para tirar o povo da opressão, o Senhor chama a Moisés dizendo: [ Moisés, Moisés], com espanto, o grande homem entendeu que O Eterno sabia seu nome. Em Israel o nome representa a pessoa, em conhecer o nome de alguém significava ter um poder sobre ele. O Eterno não se identificou como um Deus novo, mas como o Deus do pacto, disse: Deus de seus pais.

Moisés desejava saber quem o estava enviando, razão pela qual perguntou o nome de Deus. Deus tem vários nomes e cada um deles representa a forma como Ele se manifesta aos seres humanos. Em respeito a sua enorme santidade o Tetragrama não é pronunciado nas orações ou rezas durante a leitura da Torá conforme está escrito, sendo substituído por Adonai ou Hashem. Portanto, a pergunta de Moisés a Deus pode ser perfeitamente compreendida de forma mais profunda: “Qual é o seu nome?” - Deus não disse: “Eu era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó″, mas Ele falou: Eu Sou. É obvio que os judeus conheciam os diferentes nomes de Deus, o que eles queriam saber era como Ele pretendia se manifestar no curso da redenção do Egito: como o Eterno Deus misericordioso, como o Deus do juízo ou todo poderoso.



Agora haviam três problemas a serem superados:

1) Moisés tinha que ser convencido de que seria o libertador do povo;
2) Israel tinha que se convencer de que Moisés foi o escolhido para livrá-los;
3) Faraó tinha que ser convencido a deixar o povo ir.

A certeza da presença de Deus assegura o triunfo da tarefa encomendada por Ele. Apesar do sentimento de insuficiência, quem poderia estar melhor preparado? Moisés conhecia o idioma egípcio, a cultura, as crenças, podia mover-se dentro do palácio do faraó sem precisar de um guia, conhecia o deserto, os povos da região e tinha participado de orientações teológicas com um sacerdote de Deus, Jetro. Deus o havia preparado bem, sem que Moisés se desse conta.

Não apenas Moisés e Arão estavam livres da escravidão, mas sim toda a tribo de Levi - os sacerdotes dos filhos de Israel - o que explica a facilidade e a certa liberdade com que os dois se movimentavam na corte egípcia. Tal privilégio para os sacerdotes já era conhecido (Gn 47:22)

Com firme resistência a ordem divina, faraó, não deixando que o povo pudesse ir traria juízos que seriam lançados sobre toda a nação egípcia.

As pragas foram atos de Deus sobre todos os deuses do Egito (12:12b). Foram mais que um simples juízo sobre um rei obstinado. Os sinais e prodígios atacaram a teologia errônea dos egípcios acerca do faraó como um ser divino, as crenças a cerca do deus Nilo e a reverência (dedicação) de toda vida animal. As pragas foram demonstrações históricas da soberania de Jeová sobre a história, sobre a criação e sobre todos os homens.

Nem todas as dez pragas foram lançadas por Moisés. As 3 primeiras (sangue, rãs e piolhos) foram rogadas por Arão. O Midrash conta: “Disse Deus a Moisés: “As águas, que cuidaram de ti quando foste lançado ao Nilo, e a terra, que veio em teu auxílio quando mataste o egípcio não é justo que sejam amaldiçoadas por ti”. Essa era uma forma de aprimorar a própria personalidade humana. A virtude da gratidão, é um sentimento que pulsa no coração de qualquer pessoa que a cultive, mesmo por objetos inanimados passivos dos quais usufruímos. Se Moisés tivese lançado estas pragas, ele é que teria sido atingido, pois ficaria gravado em seu coração um ato de ingratidão e uma atitude grosseira.
Independente da maneira que se interprete como tenham sido as pragas, sabemos que:
(1) Ocorreram em um momento bastante oportuno;
(2) Produziram severas aflições aos egípcios;
(3) Afetaram lugares específicos;
(4) Tinham o propósito de livrar a Israel da escravidão egipcia.

1a - ÁGUA EM SANGUE
O Senhor ordenara a Moisés que fosse encontar Faraó as margens do nilo (v. 15). Para que se conhecesse o nome do Eterno, Moisés pronunciara novamente o nome dAquele que já havia dito ao Faraó que libertasse o povo. Foram golpeadas as águas do Nilo e transformaram-se em sangue, trazendo caos, morte. Claramente ficou apresentado que o deus Nilo não era superior ao Deus verdadeiro e que também este era controlado pelo todo poderoso.
A vista de tão vastas torrentes de sangue não podia senão inspirar horror, nada é mais comum que a água. Tão sabiamente o Senhor fere o que é tão necessário e útil ao bem estar da vida humana, agora restavam apenas 2 opções aos egípcios: Tomar sangue ou morrer de sede. Tendo manchado o rio com sangue anteriormente, quando jogaram os pequeninos por ordem do faraó, agora a própria mão do Senhor os dava sangue. Isso aconteceu a vista do faraó, pois os verdadeiros prodígios do Senhor não se realizam como os feitos de Satanás, a verdade não se esconde pelos cantos. O pecado é o que converte nossa água em sangue.
“Sendo o transbordamento o Nilo a fonte dos alimentos e riqueza para todo o Egito, era o rio adorado como um deus, e o rei ia para ali diariamente a fim de render as suas devoções. Ali os dois irmãos repetiram-lhe de novo a mensagem, e então estenderam a vara e feriram a água. A corrente sagrada mudou-se em sangue, os peixes morreram, e o rio exalou mau cheiro. A água nas casas, o suprimento preservado nas cisternas, foram semelhantemente transformados em sangue”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 184.

2a - AS RÃS

As rãs eram parte da vida egípcia, estava associada a deusa HEQUET (com cabeça de rã), quem, segundo a crença, ajudava as mulheres durante o parto, consequentemente as rãs eram consideradas a personificação de um poder que dava vida.

A praga apresentou bastante inconveniência, sendo que haviam milhares delas espalhadas por todos os lados, em seus dormitórios, suas camas, ao assentar-se o faraó elas subiam nele e o mesmo ocorria com todos os habitantes. Agora o Senhor conseguira atrair a atenção do faraó.

Os magos também conseguiram produzir o surgimento de rãs (v. 7), mas o problema não era fazê-las aparecer, mas sumirem, e isso eles não conseguiram, contribuíram apenas para o agravamento da praga.
A praga servia para castigar os opressores e derrotar seus deuses. A praga da rã fez a deusa HEQUET parecer ridícula. Não poder caminhar pelas ruas sem pisar em rãs era claro sinal de derrota da deusa. A enorme quantidade delas por todos os lugares irritavam os egípcios, Deus poderia ter infestado o Egito de leões, ursos ou lobos, mas Ele escolheu estas desprezíveis criaturas para mostrar que por sua ordem, ele pode atacarnos com as menores partes da criação. Humilhou o faraó, não podiam comer, beber nem dormir tranquilos, onde estivessem eram molestados por rãs. A maldição de Deus sobre o ser humano o perseguirá onde quer que este possa ir.

A praga da rã foi enviada porque os egípcios obrigaram os hebreus a pescar para eles. Além disso, as rãs saindo do Nilo representava que o Nilo é um “servo” de Deus.

“De novo foi estendida a vara sobre as águas, e rãs subiram do rio, e espalharam-se pela terra. Percorriam as casas, apoderavam-se dos quartos de dormir, e mesmo dos fornos e amassadeiras. A rã era considerada sagrada pelos egípcios, e não as destruíam; mas tal praga viscosa se tornara agora intolerável. Vendo isso o Faraó ficou algo humilhado. A praga, entretando, continuou até o tempo especificado, em que por todo o Egito as rãs moreram; mas seus corpos deteriorados, que haviam ficado, poluíam a atmosfera. O Senhor poderia tê-las feito voltar ao pó em um instante, mas não fez isto para que não acontecesse depois de sua remoção declararem o rei e seu povo ser aquilo o resultado da feitiçaria ou encantamento”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 184.

3a - OS PIOLHOS

Sem anunciar de antemão, Jeová dissera a Moisés que mandaria outra praga, uma em que arrancaria dos magos a seguinte expressão: é o dedo de Deus (v. 19). A palavra hebréia se refere a um inseto pequeno que não havia sido identificada com exatidão, mas que seria traduzida por “piolhos”, “mosquitos”, “pulgas”. O vocábulo “piolhos” é o mais aceito pelos requisitos textuais. A tradução “piolhos” segue a opinião do historiador judeu Josefo e de escritores talmúdicos, mas não tem base linguística. Os insetos eram tão pequenos que apenas os percebia a olho humano, mas de acordo com Orígenes feriam de uma forma que causava uma irritação extremamente dolorosa na pele.

Do pó da terra surgiram os piolhos, de qualquer parte da criação pode Deus fazer surgir juízos sobre os que se rebelam contra seu governo.

Essa terceira praga que um pó se convertia em piolhos e pequenos insetos que picavam mortalmente seus corpos. O Baal Haturim (c. 1275-c.1340) disse que os piolhos surgiram porque os egípcios proibiam os hebreus de se lavarem e se banharem.

“Por ordem de Deus Arão estendeu a mão, e o pó da terra se tornou em piolhos por toda a terra do Egito. Faraó chamou os magos para fazerem o mesmo, mas não puderam. Mostrou-se assim ser a obra de Deus superior à de Satanás”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 185.

4a - MOSCAS

Desta praga não se especifica a classe de inseto, na LXX traduz como um mosquito feroz que atacava suas vítimas para tirar delas sangue. Tais insetos que entravam nas cidades e mordiam os habitantes, foi porque os egípcios mandaram os hebreus caçar animais, expondo-os ao perigo de serem comidos ou mordidos por estes.

Faraó sem desejar aceitar os tratados de Moisés e Arão, sugeriu que os mesmos adorassem ali a seu Deus, porém, seria uma abominação ante Senhor que oferecessem sacrifícios egípcios e seria uma abominação para os próprios egípcios se os hebreus oferecessem seus objetos de adoração, a saber, bezerros e bois. Os que oferecem sacrifícios aceitáveis a Deus devem apartar-se dos ímpios e profanos. Também devem apartar-se do mundo. Israel não podia celebrar uma festa à Jeová entre os fornos de cozer tijolos e panelas de carnes dos egípcios.

Faraó consentiu que estes fossem ao deserto adorar como bem pretendiam, mas não distanciassem muito pois deveriam voltar. Assim, muitos pecadores que se tem apartado do mundo, não tem ido muito distante, de modo que quando o desejo ao pecado reinar novamente, possam voltar atrás.

“Moscas encheram as casas e enxamearam por sobre a terra, de modo que “a terra foi corrompida destes enxames”. Estas moscas eram grandes e venenosas, sua picada era extremamente dolorosa ao homem e aos animais”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 185.

5a - PESTE AOS ANIMAIS

A peste seguinte acabaria com todo o gado do Egito, dando a faraó um prazo, comunicou também a distinção entre o gado do Egito e o gado de Israel, pois somente o gado egípcio haveria de morrer. A praga feriu primeiro o gado e depois os animais domésticos.
Deus quer Israel liberto, Faraó se opõe, e agora está em jogo qual é a palavra que prevaleceria. Os egípcios adoravam a seu gado, o que nós idolatramos Deus considera justo destruí-lo.
A peste que matava os animais domésticos foi como castigo por terem os egípcios enviado os hebreus a lugares remotos para apascentar suas ovelhas, e com o objetivo de separá-los de suas famílias.
“Seguiu-se um golpe mais terrível: peste em todo o gado do Egito que estava nos campos. Tanto os animais sagrados como as bestas de carga - vacas, bois e ovelhas, cavalos, camelos e jumentos, foram destruídos. Havia sido distintamente declarado que os hebreus seriam insetos, e Faraó, enviando mensageiros à casa dos israelitas, constatou a veracidade de tal declaração de Moisés. “Do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 185.

6a - ÚLCERAS
A sexta praga também foi terrível. Tendo pego cinzas do forno (de cerâmica para assar tijolos) e lançado ao ar, produzia úlceras nos homens e nos animais em toda a terra do Egito. Novamente os magos foram impotentes para duplicar tal manifestação de poder, mesmo porque estavam cheios de tumores e não podiam aparecer perante Moisés (v. 11).
Havia possibilidade de que fosse lepra (Lv 13:18-23), se não foi, poderiam ser contagiosas, o que requeria que o enfermo fosse exilado por algum tempo (Lv 13:14-6). Possivelmente um abscesso ou um forúnculo que se abria, não é clara a natureza desta enfermidade, porém, alguns pensaram que a praga foi varíola ou uma enfermidade da pele similar a lepra.
A esta altura a estabilidade econômica e religiosa do país se deteriora profundamente, produzindo uma desorganização total do governo. Todos estavam em quarentena e não havia quem cuidasse dos doentes.
Quando os egípcios estavam comovidos pela morte do gado, Deus os envia uma praga que feria seus próprios corpos. As vezes Deus mostra o pecados dos homens mediante o castigo. Se os homens fecham seus olhos para a luz, é justo que Deus deixe fechado seus olhos.
Quando a justiça de Deus ameaça ruína, ao mesmo tempo sua misericórdia mostra uma saída.
Esta praga fazia sofrer pessoas e animais, por haverem obrigado os hebreus a construir casas de banhos para banhar e deleitar os corpos dos egípcios.
“Ordenou-se em seguida a Moisés que tomasse cinzas do forno, e as espalhasse “para o céu diante dos olhos de Faraó″. Este ato era profundamente significativo. 400 anos antes, mostrara Deus a Abraão a opressão futura de seu povo, sob a figura de uma fornalha fumegante e uma tocha de fogo. Ao ser a cinza espalhada para o céu, as minúsculas partículas espalharam-se por toda a terra do Egito, e onde quer que caíam produziam sarna, que arrebentava “em úlceras nos homens e no gado”. Os sacerdotes e magos até ali haviam incentivado Faraó em sua obstinação, mas agora viera um juízo que atingia mesmo a eles. Acometidos de uma moléstia repugante e dolorosa, tornando-se seu alardeado poder apenas desprezível, não mais podeiam contender contra o Deus de Israel”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 185 e 186.

7a - GRANIZO/SARAIVADA

Aqui se inicia o terceiro ciclo das ações divinas. Pela primeira vez o livro emprega como substantivo esta palavra: “um golpe”, “uma matança”, “uma pestilência”. Geograficamente esta seria uma praga para todo o país. Em outros lugares a palavra é empregada para uma matança de uma guerra (1Sm 4:17), para castigos sobrenaturais (Nm 14:37, 25:8-9, 25; Zc 14:12), e para um golpe de morte (Ez 24:16). Aqui aumenta-se a intensidade do conflito, o desenvolvimento do tema indica que a mão de um artista prepara o seu auditório para o juízo final de Jeová sobre o faraó. O autor chama atenção para o crescente respeito para com Moisés, entre os egípcios.
O granizo não é comum no Egito, a região do Cairo só tem uma precipitação anual de chuva de 6mm, e ao sul do Cairo a chuva é algo estranho. As vezes não cai nenhuma gota durante anos, portanto é compreensível que uma tormenta de granizo, tal como a que se descreve nos versos 23 e 24, fora um pouco tão extraordinário para ser considerado um ato de castigo divino. Faraó ficou impressionado, ao ponto de desejar negociar em um nível mais sério, chamando Moisés e Arão, confessa que ele e seu povo tem errado.
Esta praga tocou profundamente três aspectos da vida egípcia:
(1) A teología egipcia (seus deuses não puderam trazer proteção)
(2) A vida de alguns incrédulos que ingnoravam a advertência divina
(3) A economía nacional (cada vez más afectada).
A sétima praga foi um castigo pelos egípcios terem obrigado os hebreus a lavrar a terra.
“A chuva ou a saraiva não eram comuns no Egito, e uma tempestade como a que fora predita nunca havia sido testemunhada. A notícia espalhou-se rapidamente, e todos os que creram na palavra do Senhor recolheram seu gado, enquanto os quedesenharam o aviso o deixaram no campo. A tempestade veio conforme fora predita: trovão e saraiva, e fogo misturado com a mesma… …a ruína e a desolação assinalavam o caminho do anjo destruidor. Unicamente a terra de Gósen foi poupada”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 187 e 188.

8a - GAFANHOTOS
Aparece um novo elemento, homens do Egito aconselham o faraó a deixar ir o povo (v. 7). Audaciosamente Moisés entrega a faraó a palavra de Deus “Até quando se recusarás a humilhar-te?” (v. 3). Deus havia mandado sete pragas, para o hebreu o número sete é perfeito, sete sinais deviam haver sido suficientes, mas faraó seguia seu obstinado caminho, trazendo desconforto, tristeza e morte ao seu próprio povo. O problema do egípcio era o orgulho e como todos os tiranos da história, teria que aprender a lição de sua humanidade, era homem e não um Deus.
Os gafanhotos se multiplicavam rapidamente, formando grandes nuvens ao ponto de escurecer o sol, como uma tormenta (Jl 2:2-10). Sendo voadores e leves são arrastados pelo vento, podendo percorrer grandes distâncias, causam danos tremendos. Antigamente, uma invasão assim se considerava como o mais terrível de todos os assolamentos que pudessem açoitar um país. Os gafanhotos destroem toda uma vasta vegetação, chegam em grandes quantidades, o ruído de seu vôo faz recordar o da chuva ou o crepitar do fogo no pasto seco, com sua multidão obscurecem o céu.
Teria sido mais fácil resistir a um exército do que aos gafanhotos, então, quem é capaz de fazer frente ao grande Deus?
Um vento oriental trouxe os gafanhotos, um vento ocidental os levou. De onde quer que viessem, estes obedecem a palavra de Deus e giram por seus conselhos.
A oitava praga, os gafanhotos que destruiram todas as plantas, foi pelo pecado de obrigar os hebreus a plantar árvores, para os egípcios gozarem de seus frutos. Os gafanhotos são, na realidade, uma séria praga pois causam estragos enormes às plantações, sobretudo em certas regiões africanas. Ali, onde atacam em bando, todo o verde é devastado em poucas horas.
“Moisés estendeu então a vara sobre a terra, e soprou um vento oriental, que trouxe gafanhotos. Encheram o céu até que a terra se escurreceu, e devoraram toda a vegetação que restava. O povo do Egito estava ao ponto do desespero. Os açoites que já haviam caído sobre eles pareciam quase além do que se podia suportar, e estavam cheios de temor pelo futuro. Por toda parte homens estavam a indagar, com desalento: o que será depois disto?” EGW, Patriarcas e Profetas pág. 189.

9a - TREVAS
Agora viriam densas trevas sobre a terra do Egito por um espaço de três dias. Outra vez o faraó chamou a Moisés e ofereceu outro acordo, no qual foi recusado. Com raiva do grande líder, faraó diz que este deveria sair de sua presença sob promessa de matá-lo. Moisés responde indignado, dando o anúncio prévio da morte dos primogênitos dos egípcios.
As trevas foram tão densas que diz o texto: Se podiam apalpar. (v. 21, 22). Não foi por coincidência que a penúltima praga fosse trevas, a teologia egípcia dava prioridade ao deus sol, considerava o mesmo faraó como uma encarnação deste.
Agora o deus egípcio (sol) estava sendo reduzido a nada.
Os palácios mais iluminados tornaram-se como masmorras, agora faraó tinha tempo para considerar se ele era o maior. Os filhos de Israel tinham ao mesmo tempo luz em suas vidas.
Sem dúvida havia luz onde havia um israelita, onde há um filho da luz, as trevas são discipadas. Quando Deus fez tal diferença entre egípcios e israelitas, quem não desejou uma humilde cabana israelita do que o palácio dos egípcios?

A nona praga, que reinou no país a tal ponto, que os egípcios não viram cada um a seu irmão e não se levantaram de seus lugares durante 3 dias, foi o castigo por terem os egípcios posto alguns israelitas em calabouços escuros. Trevas espessas, “não viu nenhum homem a seu irmão” indica que o egoísmo no Egito era tão enorme, que cada um só via a si próprio.
“Subitamente repousou sobre a terra uma escuridão, tão densa e negra que parecia “trevas que se apalpem”. Nâo somente estava o povo despojado de luz, mas a atmosfera era muito opressiva, de maneira que a respiração era difícil. O sol e a lua eram objetos de culto para os egípcios, nestas trevas misteriosas o povo e seus deuses foram de modo semelhante atingidos pelo poder que tomara a si a causa dos escravos”. EGW, Patriarcas e Profetas pág. 189.

10a - PRIMOGÊNITOS
Por várias razões esta praga se distinguia das outras:
(1) Toda a atividade sería exclusivamente de Jeová. Não havia intervenção por parte de Moisés e Arão.
(2) Seria diferente. As primeiras quatro pragas haviam sido mais moléstias, causando danos econômicos, a nona produziu terror, mas a décima transtornaria toda população egípcia.
(3) O povo receberia um pagamento justo pelos anos de maus tratos para com os hebreus.
A décima praga foi uma luta de vida ou morte, o climax do tema principal: o conflito entre os deuses dos egípcios e o Deus Soberano.
Antes do golpe decisivo, faltava um passo mais, era necessário preparar o povo para a grande noite que seria lembrada e comemorada pelos séculos seguintes. O anjo da morte passaria sobre as casas dos hebreus e atingiria os egípcios com golpe mortal.
A décima praga e última consistiu na morte dos primogênitos egípcios, sem distinção de categoria, e do primogênito dos animais, alguns dos quais eram considerados sagrados. Assim expiaram os egípcios o pecado de terem jogado os recém nacidos dos hebreus ao Nilo.
“Pais e mães [israelitas] cingiam nos braços seus amados primogênitos, ao pensarem no golpe terrível que deveria ser desferido aquela noite. Mas nenhuma habitação de Israel foi visitada pelo anjo destruidor da morte. O sinal e proteção de um Salvador - encontrava-se em suas portas, e o destruidor não entrou. À meia-noite “havia grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvese um morto”. Por todo o vasto reino do Egito, o orgulho de cada casa fora derribado.” EGW, Patriarcas e Profetas pág. 191.

Cada praga teve sua origem nos maus tratos que os hebreus tiveram que suportar que suportar.

Fonte: www.OSantuario.com.br

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